A primeira!
- Aline Brettas
- 7 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de mar. de 2023
O quadrinho de pedra-sabão
24 de maio de 2020

Foto: acervo pessoal.
Há muito tempo, na década de 1990, estive em Ouro Preto, com amigos. Era uma ida dentre várias outras, naquela época.
Ouro Preto, para mim, é uma cidade mágica, que me leva a um tempo mais mitológico (em minhas crenças pessoais) do que histórico. Ao leitor, explico: para além dos fatos que estudamos nos livros de História, alguns deles muito sombrios, eu imaginava romances escondidos, reuniões nos sobrados, aventuras noturnas em tabernas...Havia tabernas em Ouro Preto? Não sei.
Sobre os romances, talvez eu tenha sido influenciada pela célebre obra "Marília de Dirceu". No final (não do livro, mas da história), o mocinho foi para a África e se tornou mercador de escravos...Ah! Prefiro continuar com minhas fantasias! Mas enfim, esta não é uma história sobre Ouro Preto. Vamos ao simpático e fofo quadrinho.
Então, lá pelos findos de 1990, comprei esse magnífico artefato da Feira Artesanal de Pedra Sabão. Eu me encantei com a peça: detalhes, contornos, janelas. Gostoso de tocar! Uma expressão carinhosa da arte popular, com a qual eu me conectei, comprei, levei para a casa e da qual nunca mais me separei.
Esteve comigo na casa dos meus falecidos pais, em Beagá. Mudou-se para meu apartamento, em uma outra aventura da minha vida: morar sozinha. Enfim, está presente na minha vida desde 2014, agora casada, com outro emprego, outras perspectivas, na Cidade Maravilhosa.
Grandes construções, como igrejas e palacetes, são testemunhas da história da humanidade. O quadrinho de pedra sabão é testemunha de importante parte da minha história pessoal, por me acompanhar entre tantas idas e vindas, choros, amores, preocupações, descobertas. Confesso às vezes me perder nas emoções do dia a dia e me esquecer de sua existência. Então tenho um estalo, olho para a parede e lá está ele, me estimulando a firmar minha raiz.
Essa peça, que parece frágil, porém firme como só uma pedra consegue ser e me vincula a tempos e lugares, reais e imaginários, sempre encontrará uma parede, para fixar e se desprender.
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