top of page

Uma crônica (louca!) de Natal

  • Foto do escritor: Aline Brettas
    Aline Brettas
  • 1 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de jan. de 2023

24 de dezembro de 2020

Foto: acervo pessoal.


Ao contrário de muitos da minha bolha social (e talvez de outras bolhas também), sempre gostei de Natal. Há aqueles que ficam depressivos, por questões pessoais das mais diversas. Outros já ficam preocupados em desconstruir a festividade, trazendo à luz novas explicações sobre a origem da tradição e criticando o consumismo predominante em finais de ano, o que desvirtua as comemorações.


Embora concorde com tais colocações, na verdade nunca dei bola para elas; quero dizer, todas as críticas, das necessárias às pueris, nunca afetaram a minha disposição para a festa. Gosto dela por gostar. Acho tudo divertido: montar a árvore de Natal… Bem, as minhas, nas fotos, são pequeninas e vieram já prontas, e super simpáticas! Acho legal os outros montando, mas eu sou meio preguiçosa, rs. Gosto de comprar presente (lembrancinhas sem utilidades já sou totalmente contra!), de ver a cidade enfeitada, dos cartões enviados (hoje pelo Whatsapp) e claro, dos encontros em família. E devo dizer, não fico muito emocionada com os valores inspirados: bondade, fraternidade, amor ao próximo, etc. Procuro praticar isso ao longo do ano, e na maioria das vezes não é um grande esforço para mim. O meu propósito espiritual tem sido a busca pelo “caminho do meio” - apregoado pela filosofia oriental - porque tudo em excesso, até virtudes, pode ser prejudicial.


Porém, sempre me senti triste na hora da troca de presentes. Na verdade, me dei conta desse sentimento há poucos anos, e nunca soube o motivo.


Talvez porque seja a hora em que o encantamento acaba. Depois do rito, todos costumam ir embora, e passamos a focar nos preparativos para o ano vindouro. Na real, não sabemos o que nos espera. Dizem que é uma mudança de ciclo, uma oportunidade de reflexão e renovação. Mas no final, é só um indício do passar do tempo, trazendo o futuro mais próximo de nós, e como filosofa o Toquinho:

“… o futuro é uma astronave que tentamos pilotar / Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar / Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar / Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá / O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar / Vamos todos numa linda passarela De uma aquarela que um dia, enfim, descolorirá…”


É isso! A escrita me ajudou a compreender minha angústia pessoal. Momentânea, porque sim, ela passa.


O verão já está aqui (não precisava ser tão escaldante como no Rio, mas ok). Nessa estação, podemos semear os frutos da nossa jornada. Isso no Hemisfério Sul, porque no Norte está frio pra caramba! Mas lá pode ser uma oportunidade de, sei lá, hibernar. E armazenar reservas para o que está por vir.


Enfim, esses são os devaneios de uma escorpiana em um Natal atípico, longe da família… Como não haverá a tradicional troca de presentes, vou precisar de outras razões para a minha crise existencial natalina. Bem, no contexto atual, elementos não hão de faltar.


Ainda assim, na esperança de que os próximos frutos e as reservas gerem um 2021 mais abundante, forte e resistente!

 
 
 

留言


Post: Blog2_Post

©2022 por Crônicas e conteúdo sobre muitas coisas. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page